O Ilê
Asé Logun Edé e Oyá história do Ilê ---------------
é descendente do Ilê Asé Alaketu Oya e Omolu história do Ilê ---------------- descendente do Ilê Alakétu Ijóbá Asé Airá fundado pelo Babalorixá Kaobakessy.
é descendente do Ilê Asé Alaketu Oya e Omolu história do Ilê ---------------- descendente do Ilê Alakétu Ijóbá Asé Airá fundado pelo Babalorixá Kaobakessy.
O Babalorixá Kaobakessy de Airá, Edison Ribeiro Mandarino nasceu em 11 de agosto de 1957 na Cidade do Rio de Janeiro e é o dirigente do terreiro de candomblé de nação Kétu, o Ilè Alakétu Ijòbá Asè Airá fundado em 1973.
Pai Kaobakessy teve seu primeiro contato com as religiões de
matrizes africanas ainda menino com seus cinco anos de idade, quando levado por
sua Mãe Maura Ribeiro Mandarino (futuramente Ekedy Oronipale de Ogum) no
Terreiro de Umbanda Caboclo Sete Flechas, localizado no Mercadão de Santos,
dirigido pelo então Dep. Estadual Dirceu de Souza Lima. Na ocasião, ao adentrar
no terreiro o pequeno Edison veio a desfalecer tendo assim o seu primeiro sinal
“mediúnico”, naquele momento o guia chefe da casa o convidou pra fazer parte de
seu terreiro, mas, pela pouca idade que tinha sua Mãe não permitiu,
principalmente por sua família não ter certa simpatia com a religiosidade
afro-brasileira e espirita.
Em 1965 Dona Maura separa-se de seu companheiro o Maestro Eddie
de Gloris Mandarino e muda-se para a Vila Prudente em São Paulo levando com ela
o menino Edison de oito anos de idade junto de seus irmãos. Quando chegado em
São Paulo junto de sua Mãe Edison conheceu sua vizinha, que futuramente veio a
ser sua madrinha de batismo Dona Olga, que por coincidência era espirita e
recebia o Caboclo Sete Flechas num terreiro de umbanda o Tupã Oca do Caboclo do
Vento, onde a mesma o levou posteriormente.
Quando chegado ao terreiro, o menino Edison veio a desmaiar
ouvindo pela segunda vez a necessidade de um aprendizado espiritual. Nesse
momento, Dona Maura preocupada com a situação concordou com o aprendizado.
Assim sendo, naquele mesmo ano Edison recebeu seu primeiro guia espiritual o
Caboclo Tanamakuary, que ainda hoje paira sobre sua cabeça e é homenageado com
sua festa na terceira semana do mês de Novembro.
Já aos onze 11 anos de idade, Edison passa a frequentar o
terreiro de umbanda Nossa Senhora do Rosário dirigido pela Madrinha Dona Maria,
que posteriormente veio a se iniciar no culto a Xangô por meio das mãos do
Babalorixá Pérsio de Xangô em São Bernardo do Campo em São Paulo, acontecimento
que o colocou pela primeira vez diante de um Babalorixá de candomblé de Nação
kétu. Nessa mesma ocasião, em conversa com Dona Maria, o Babalorixá Pérsio
apontou Xangô na vida de Edison dizendo: “este menino é de Xango Maria!”. Baba
Pérsio foi atencioso naquela ocasião e ensinou o pequeno Edison os passos da
dança de Oxósse o Rei de Kétu.
Tendo tido seu primeiro contato com o candomblé Edison
permaneceu por mais um ano no Terreiro de Dona Maria, período que conheceu o
Babalorixá Nelson Tadeu - Kamussuan (In Memorian) que o levou para o Ile Xango
e Ogum no bairro da Saúde em SP, cuja dirigente era Dona Teresinha Gutierrez -
Mameto Namboazaze De N'zaze, tataraneta do célebre Tat’etu Joãozinho da Goméia.
Em 1970, mais precisamente no mês de Fevereiro, com doze anos de
idade Edison Ribeiro Mandarino é iniciado em Luango por Mameto Namboazaze,
recebendo como dijina o nome de Kaobakessy permanecendo na casa de sua mãe até
a sua obrigação de 14 anos, a mesma pessoa que lhe deu os seus direitos
enquanto Babalorixá e o acompanhou no início de sua vida de sacerdote na nação
Angola, a qual ele iniciou seiscentas pessoas.
Após o falecimento de Mãe Namboazaze, Edison, ou melhor, o então
Babalorixá Kaobakessy, viajou para Salvador de férias com objetivo de
espairecer, quando soube de uma festa de candomblé que iria ocorrer no Terreiro
do Pilão de Prata, a qual ficou curioso para conhecer. Tudo pronto para ir à
festa, mas, ao tomar o taxi e ditar o rumo, o taxista se confunde com os
endereços e o deixa na Casa de Oxumarê, e quando se deu por conta já estava
dentro da roça de candomblé, sem saber como havia parado lá! No entanto, tomado
pela recepção e principalmente pelo carinho da Ialorixá daquela casa, a nossa
querida Mãe Nilzete de Iemanjá (Nilzete Austriquiliano da Encarnação - In
Memorian), Airá o Orixá de Pai Kaobakessy pediu que ali ficasse.
Sob os cuidados de Mãe Nilzete, ainda no início dos anos de
1990, Pai Kaobakessy iniciou parte de suas obrigações que confirmariam sua
aceitação junta aquela casa, ficando de retornar a Casa de Oxumarê no final de
março após a festa de Iemanjá para obter a resposta sobre a sua adentrada no
Axé. Infelizmente no mesmo ano, após cinco dias de ter revelado a vontade de
Iemanjá de cuidar do Orixá de Pai Kaobakessy, Mãe Nilzete de Iemanjá veio a
falecer no dia 30 de março. Deixando a continuidade das obrigações sobre os
cuidados de seu filho carnal e o mais novo herdeiro da Casa de Oxumarê o
Babalorixá Pece de Oxumarê (Silvanilton Encarnação da Mata).
Em Julho de 1990 o Babalorixa Pecê deu continuidade às
atividades da casa, cumprindo com as vontades de Mãe Nilzete e de Iemanjá
arriando as obrigações necessárias para receber Airá em seu Axé. Neste momento,
Pai Kaobakessy tornou-se membro da família da Casa de Oxumarê e o primeiro
filho de Babá Pecê, que inaugurou um novo período para o Ilê Alakétu Ijóbá Asé
Airá.
A história da Casa de Òsùmàrè remete à época da formação do candomblé no
Brasil. A sua origem remonta ao início do século XIX e foi marcada pela luta e
resistência de africanos escravizados que, obrigados a abandonarem suas terras
e laços familiares, não renunciaram à sua cultura e fé. Seu fundador Bàbá
Tàlábí, oriundo da antiga cidade Kpeyin Vedji, localizada a noroeste de Abomey,
aportou em Salvador em 1795 na condição de escravizado. Foi um sacerdote com
grande propriedade para introduzir e difundir o culto aos Òrìsà no Brasil, por
pertencer a uma das mais relevantes famílias de Culto à Sakpata (Ajunsún), na
África.
Após curar seu senhor através da ciência Yorùbá, passa a viver como
liberto e se dedica ao comércio iniciando trocas entre a capital e o recôncavo
baiano. Por volta de 1820, na Cidade de Cachoeira, Bàbá Tàlábí ajuda a fundar o
culto a Ajunsún no calundu do Obi Tedó (“fundação da família”). Este local
tornar-se-ia a referência primordial da Casa de Òsùmàrè no Brasil. Ali outros
negros escravizados de diferentes etnias também compartilharam as suas
tradições participando da gênese da tradição religiosa da Casa de Òsùmàrè. Anos
mais tarde em 1836, Bàbá Tàlábí, com o intuito de consolidar as bases do culto
a Ajunsún na Bahia, adquire sua primeira propriedade na Rua das Grades de
Ferros, em Salvador. Este local, além de ser um espaço dedicado à
religiosidade, também deu origem a uma irmandade com características conventuais,
onde os filhos e filhas de santo passam residir permanentemente. Conforme
consta dos registros da época, Bàbá Tàlábí comprava a liberdade de seus filhos
de santo, respondendo legalmente por eles. Estes passavam a viver como
libertos, trabalhavam e ajudavam comprar a alforria de outros escravizados
agregando-os a família de Asè.
Na sua época, Bàbá Tàlábí foi um dos maiores responsáveis pela
manutenção da cultura e religiosidade africana no Brasil. Ele possuía um
estabelecimento no Mercado de Santa Barbara, em Salvador, onde vendia dendê e
outros produtos utilizados no culto aos Orìsàs que importava do continente
africano. Viajando frequentemente à África com finalidade de abastecer sua
loja, aproveitava para renovar os seus conhecimentos religiosos, chegando a
trazer sacerdotes africanos para enriquecer o culto às divindades na Casa
Òsùmàrè e na Bahia. Em 13 de outubro de 1845, Bàbá Tàlábí adquire um novo
imóvel, desta vez uma roça, na Cruz do Cosme, solidificando um templo que se
tornaria um dos símbolos de resistência do povo negro da Bahia.
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